FUVEST 2021

Questão 59497

(FUVEST - 2021 - 1 Fase) 

O sistema Aquífero Guarani abrange parte dos territórios sa Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai. Possui um volume acumulado de 37.000 km^3 e área estimada de 1.087.000 km^2. Na parte brasileira estende-se por oito Estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Disponível em https://www.mma.gov.br/.

Sobre os aquíferos e seus usos para atividades humanas, é correto afirmar:

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Questão 59499

(FUVEST 2021 - 1ª fase) Uma esfera metálica de massa m e carga elétrica +q descansa sobre um piso horizontal isolante, em uma região em que há um campo elétrico uniforme e também horizontal, de intensidade E, conforme mostrado na figura. Em certo instante, com auxílio de uma barra isolante, a esfera é erguida ao longo de uma linha vertical, com velocidade constante e contra a ação de gravidade, a uma altura total h, sem nunca abandonar a região de campo elétrico uniforme. 

Ao longo do movimento descrito, os trabalhos realizados pela força gravitacional e pela força elétrica sobre a esfera, são, respectivamente:

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Questão 59500

(FUVEST - 2021 - 1ª FASE)

Em uma luminária de mesa, há duas lâmpadas que podem ser acesas individualmente ou ambas ao mesmo tempo, com cada uma funcionando sob tensão nominal determinada pelo fabricante, de modo que a intensidade luminosa de cada lâmpara seja sempre a mesma. Entre os circuitos apresentados, indique aquele que corresponde a uma arranjo que permite o funcionamento conforme essa descrição.

Note e adote: Suponha que as lâmpadas funcionem de maneira ôhmica, ou seja, da mesma forma que um resistor.

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Questão 59824

(UNICAMP - 2021 - 2ª Fase)

Peroração, do latim perorātio, peroratiōnis, de perorāre, significa concluir, arrematar, acabar. Corresponde à parte final do sermão, caracterizada geralmente pela recapitulação, pela amplificação de uma ideia e pela comoção do auditório. Sua finalidade última é comover e mover os ouvintes, isto é, emocionar e mover o ânimo do público para a ação.

(Adaptado de Flávio Antônio Fernandes Reis, “Peroração”. Disponível em www.edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/peroracao. Acessado em 06/10/2020.)

 

“Mortos, mortos, desenganai estes vivos! Dizei-nos que pensamentos e que sentimentos foram os vossos, quando entrastes e saístes pelas portas da morte. (...) Entre essas duas portas se acha subitamente o homem no momento da morte, sem poder tornar atrás, nem parar, nem fugir, nem dilatar, senão entrar para onde não sabe, e para sempre. Oh que transe tão apertado! Oh que passo tão estreito! Oh que momento tão terrível!”

(Antonio Vieira, “Sermão de 1672”. Sermões de Quarta-feira de Cinza. A arte de morrer: São Paulo: Nova Alexandria,1994, p. 65.)

 

a) Identifique e explique as duas estratégias retóricas utilizadas por Vieira ao encaminhar-se para a conclusão do Sermão de 1672.

b) Com que sentimentos o pregador busca sensibilizar os ouvintes? Que ação procura estimular nos cristãos?

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Questão 59825

(UNICAMP - 2021 - 2ª Fase)

“A literatura deve, portanto, ser lida e estudada porque oferece um meio de preservar e transmitir a experiência dos outros, aqueles que estão distantes de nós no espaço e no tempo, ou que diferem de nós por suas condições de vida. Ela nos torna sensíveis ao fato de que os outros são muito diversos e que seus valores se distanciam dos nossos.”

(Antoine Compagnon, Literatura para quê? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009, p. 46-47.)

 

“E tudo dela repugnava a Ruth: a estupidez, a humildade, a cor, a forma, o cheiro; mas percebera que também ali havia uma alma e sofrimento, e então, com lágrimas nos olhos, perguntava a Deus, ao grande Pai misericordioso, por que a criara, a ela, tão branca e tão bonita, e fizera com o mesmo sopro aquela carne de trevas, aquele corpo feio da Sancha imunda? Que reparasse aquela injustiça tremenda e alegrasse em felicidade perfeita o coração da negra.

─ Sim, o coração dela deve ser da mesma cor que o meu, cismava Ruth, confusa, com os olhos no altar.”

(Júlia Lopes de Almeida, A falência. Campinas: Editora da Unicamp, 2018, p. 235.)

 

a) Indique duas palavras do texto de A falência que marcam a tensão entre matéria e espírito. Explique como essa tensão é vivida pela personagem.

b) Relacione as duas últimas frases da passagem do romance com as reflexões de Compagnon, considerando as condições de trabalho na sociedade brasileira ao final do século XIX.

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Questão 59826

(UNICAMP - 2021 - 2ª FASE)

É preciso também que nos questionemos sobre a finalidade última das obras que julgamos dignas de serem estudadas. Em regra geral, o leitor não profissional, tanto hoje quanto ontem, lê essas obras para encontrar um sentido que lhe permita compreender melhor o homem e o mundo, para nelas descobrir uma beleza que enriqueça sua existência; ao fazê-lo, ele compreende melhor a si mesmo.
(Adaptado de T. Todorov, A literatura em perigo. São Paulo: Difel, 2009, p. 32-33.)

FÓRMULA MÁGICA DA PAZ
Essa porra é um campo minado
Quantas vezes eu pensei em me jogar daqui?
Mas, aí, minha área é tudo o que eu tenho
A minha vida é aqui e eu não consigo sair
É muito fácil fugir, mas eu não vou
Não vou trair quem eu fui, quem eu sou
Eu gosto de onde eu tô e de onde eu vim
O ensinamento da favela foi muito bom para mim
(...)
A gente vive se matando, irmão, por quê?
Não me olhe assim, eu sou igual a você
Descanse o seu gatilho, descanse o seu gatilho
Entre no trem da malandragem, meu rap é o trilho


(Racionais Mc’s, Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018, p. 121 e 129.)

a) Identifique, nos versos transcritos acima, uma expressão que se opõe ao título da canção e uma outra que o confirma. Explique o título da canção considerando o último verso.

b) Com base no trecho de Todorov e no excerto da canção, formule dois argumentos (um ético e um estético) que justifiquem o estudo do rap

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Questão 59827

(UNICAMP - 2021 - 2ª Fase)

Leia a definição abaixo e a transcrição de parte do vídeo feito por Regina Casé e a filha Benedita no dia do surdo.

Essa aqui é a Benedita, minha filha. Ela tem uma perda auditiva severa. Ela teve essa perda quando era muito bebezinha. Desde então, eu vi que as pessoas têm muita dificuldade de se comunicar com ela. Ficam agoniadas quando percebem que ela não escuta ou que ela usa aparelho. Então, nós duas resolvemos ajudar um pouquinho, com nossa experiência, nessa comunicação com situações do dia a dia. Por exemplo: não dá para falar de costas para a pessoa, porque muitas vezes ela depende da leitura labial para entender. Outro exemplo: não precisa gritar porque volume (alto-baixo) é uma coisa completamente diferente de frequência (agudograve). Outra coisa que acontece direto: em vez de falarem com a pessoa surda, perguntam para a pessoa que está do lado. E para terminar, é uma loucura quando alguém fala: `Nossa, mas ela é tão linda! Ninguém diz que ela é surda´. Procure saber o que é capacitismo e daqui para frente seja anticapacitista! Ela é linda. E é surda!

(Adaptado de Regina Casé. Disponível em https://www.instagram.com/ tv/CFmrEqylXpI/?utm_source=ig_embed.)

 

a) Considerando as noções de capacitismo e anticapacitismo, explique o uso de “mas” e de “e” nas frases “Nossa, mas ela é tão linda!” “Ela é linda. E é surda!”.

b) Apontando as dificuldades de comunicação com uma pessoa surda, Regina Casé observa que uma situação frequente é o interlocutor dirigir-se a quem está ao lado da pessoa. Nesse caso, trata-se de uma atitude capacitista ou anticapacitista? Explique.

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Questão 59828

(UNICAMP - 2021 - 2ª FASE)

Leia abaixo alguns excertos do poema Menimelímetros, de Luz Ribeiro, poeta do Slam das Minas de São Paulo. Esse poema foi apresentado performaticamente em alguns slams de que ela participou no Brasil.

os menino passam liso
pelos becos e vielas
os menino passam liso
pelos becos e vielas
os menino passam liso
pelos becos e vielas

você que fala em becos e vielas
sabe quantos centímetros cabem em um menino?
sabe de quantos metros ele despenca
quando uma bala perdida o encontra?
Sabe quantos nãos ele já perdeu a conta? (...)

esses menino tudo sem educação
que dão bom dia, abrem até o portão
tão tudo fora das grades escolares
nunca tiveram reforço – de ninguém
mas reforçam a força e a tática
do tráfico, mais um refém (...)

que esses meninos sem nem carinho
não tem carrinho no barbante
pensa que bonito se fosse peixinho fora d’água
a desbicar no céu
mas é réu na favela lhe fizeram pensar voos altos
voa, voa, voa...aviãozinho

e os menino corre, corre, corre
faz seus corres, corres, corres (...)

“ceis” já pararam pra ouvir alguma vez os sonhos
dos meninos?
é tudo coisa de centímetros:
um pirulito, um picolé
um pai, uma mãe
um chinelo que lhe caiba nos pés

um aviso: quanto mais retinto o menino
mais fácil de ser extinto seus centímetros não suportam 9 milímetros
porque esses meninos
esses meninos sentem metros

a) O título Menimelímetros é um neologismo que funde ao menos duas palavras. Quais são essas palavras? Transcreva os versos que sintetizam o título do poema.

b) Na terceira estrofe, há um jogo de palavras. Identifique esse jogo de palavras e explique a relação de causa e consequência estabelecida por ele.

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Questão 59829

(UNICAMP - 2021 - 2ª FASE)

Texto 1

Audino Vilão é o pseudônimo de Marcelo Marques. O universitário paulista de 18 anos cursa Licenciatura em História e produz vídeos em que traduz conceitos filosóficos complexos em linguagem coloquial, com gírias típicas das periferias do Estado de São Paulo. Audino se apresenta como um vilão que sequestra o conhecimento da elite acadêmica e distribui pra todo mundo, igualmente, da melhor forma possível. Ele entende que é preciso valorizar a cultura do aluno, o dialeto dele, seu conhecimento de vida.

(Adaptado de Bárbara Martins, “Audino Vilão: universitário traz conceitos filosóficos para linguagem da periferia.” Disponível em https://www.hypeness.com.br/2020. Acessado em 09/11/2020.)

 

Texto 2

“E aí, molecadinha que nos assiste? Primeiramente um abraço, um cheiro, um amasso, diretamente daqui da 019, Audino Vilão na voz, trazendo pra vocês uma explicação: que que é democracia? Pra começar, vamo vê na história. A democracia surgiu na Grécia, na cidade de Atenas, em 504 a.C., em resposta aos governos autoritários. Cê é louco, o bagulho, mó tempo, né? Os cara mandava em tudo, metia o louco. Aí os caras saíram do poder, o povo se uniu e pensou: Parça, e se nós fizesse esse bagulho agora, e se nós mandasse nesse bagulho aí? Aí a rapaziada lá, suave, se reuniu nas praça, nos congresso, os cara discutia qual que vai ser a plantação, qual que vai ser o festival da cidade. Só que, naquela época, pra você participar da democracia você precisava ser homem, maior de 21 anos, precisava possuir terras e... o mais importante: você precisava ser cidadão ateniense. Você não poderia ser nem mulher, nem escravo. Então era um bagulho meio elitista, tá ligado? Era um bagulho meio exclusivo. Mas qual que é essas ideia de democracia? Democracia é uma forma de governo onde todo mundo pode participar. Dá pra todo mundo tentar fazer o seu corre, e tentar progredir no nosso país, no nosso município, na nossa quebrada. Porque a democracia parte de um princípio de respeito à liberdade individual. Mas não fica só nisso não. A democracia também acontece quando você vai lá e cobra o político: e aí, mano, cadê as escola? O certo é o certo, o errado é cobrado, e a democracia é dessa fita, entendeu?”

(Adaptado de Audino Vilão. Disponível em https://www.instagram.com/p/C E7wnZypyEi/. Acessado em 09/11/2020.)

 

a) Cite duas características da democracia grega que, segundo Audino Vilão, a diferenciam do conceito atual de democracia.

b) A quem se dirigem os vocativos “Parça” (no primeiro parágrafo), e “mano” (no segundo parágrafo)?

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Questão 59830

(UNICAMP - 2021 - 2ª FASE)

Texto 1

O dilema das redes (2020) aborda um dilema comum em documentários desse tipo. É, sem dúvida, importante a denúncia vinda dos empresários desse setor que lucraram muito com a criação de empresas digitais que monopolizam as redes: a revelação de seu funcionamento, de seus preocupantes efeitos sobre as pessoas e de sua perniciosa influência em processos políticos – uma espécie de crise de consciência. Contudo, eles parecem não entender exatamente que são eles os protagonistas. Empenhados em desenvolver uma “ferramenta” capaz de integrar as pessoas, viram-se enredados nessa rede cuja finalidade era prender a atenção e servir de plataforma de marketing.
Ora, é evidente que são empresas que querem lucros, portanto, não são exatamente “ferramentas”. O documentário afasta a resposta simples de que o produto que vendem são os dados capturados por essas plataformas. Elas funcionam mapeando comportamentos e padrões de modo a dirigir a oferta do produto com um alto grau de certeza de consumo. E é aqui que a discussão fica interessante: qual é, afinal, o produto? A resposta do documentário é simples: nós.

 

Texto 2


[Sabe...Eu acho que o dilema não é a rede... mas o pescador!!!]

(Adaptado de Mauro Iasi, O dilema do dilema das redes: a internet é o ópio do povo. Blog da Boitempo. Disponível em https://blogdaboitempo. com.br/o-dilema-do-dilema-das-redes-a-internet-e-o-opio-do-povo/. Acessado em 10/10/2020.)

 

a) Considerando o primeiro parágrafo do texto 1, indique dois substantivos a que a expressão “viram-se enredados” se refere.

b) Considere a charge (Texto 2) e, com base na finalidade das “ferramentas” (discutidas no primeiro e no segundo parágrafos do Texto 1), explique por que o dilema não é da rede.

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