(UFU - 2017 - 1ª FASE)
Por que temos de aprender Língua Portuguesa?
Essa pergunta certamente tem estado na cabeça de muitos estudantes nos mais diversos níveis de ensino ao longo de suas caminhadas de aprendizagem, de construção de conhecimentos, competências e habilidades. Essa enumeração de formas de representar o desenvolvimento cognitivo também nos remete à mesma pergunta – por que “ensinar” Língua Portuguesa?
Se nossos aprendizes são falantes nativos do idioma, por qual razão muitos deles sentem que não conhecem sua língua materna e que não fazem um bom uso das formas de dizer nos mais variados contextos de interação pela linguagem?
O fato é que há contingentes de analfabetos funcionais que, embora tenham sido alfabetizados, não desenvolveram a competência de uso da língua em situações comunicativas específicas
Ler, compreender e produzir sentido(s). Tudo muito simples, mas há lacunas, faltam condições para que os aprendizes de leitura e de escrita conquistem sua autonomia, para que exerçam com plenitude a condição de sujeitos de seu dizer, de participantes ativos da produção dos sentidos que os discursos potencializam em suas múltiplas formas
[...] Muitos pesquisadores do campo da linguística têm defendido o ensino de língua materna como um espaço de riqueza linguística, de diversidade de textos, que torne mais rica e significativa a experiência com a linguagem
Disponível em: http://www.gazetadosul.com.br/ . Acesso em: 25 abr. 2017. (Fragmento adaptado)
Com o objetivo de responder à pergunta do título do texto, o autor, no segundo parágrafo, questiona o fato de os nativos do idioma sentirem que não conhecem sua língua materna. Infere-se que a crítica apresentada no texto diz respeito ao papel do(a)
escola, que apresenta falhas em relação a uma proposta político-pedagógica para uma abordagem adequada do ensino de língua materna.
aluno, que não faz um bom uso das formas de dizer nos mais variados contextos de interação pela linguagem.
analfabeto funcional, que não desenvolveu a competência de uso da língua em situações comunicativas específicas.
pesquisador, que defende o ensino como um espaço de riqueza linguística.
Gabarito:
escola, que apresenta falhas em relação a uma proposta político-pedagógica para uma abordagem adequada do ensino de língua materna.
[A]
Infere-se que a crítica apresentada pelo autor, no texto, diz respeito ao papel da escola, que apresenta falhas em relação a uma proposta político-pedagógica para uma abordagem adequada do ensino de língua materna.
“Ler, compreender e produzir sentido(s). Tudo muito simples, mas há lacunas, faltam condições para que os aprendizes de leitura e de escrita conquistem sua autonomia, para que exerçam com plenitude a condição de sujeitos de seu dizer, de participantes ativos da produção dos sentidos que os discursos potencializam em suas múltiplas formas.”
A alternativa A, portanto, responde corretamente à questão.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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