(UFU - 2016 - 1ª FASE)
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) liberou nesta quarta-feira (25) o uso de todos os banheiros da instituição por qualquer pessoa, conforme o gênero com que se identifica. A iniciativa se deu pela adoção da campanha “Libera meu xixi”, voltada ao combate da transfobia em espaços públicos. Nos próximos dias, banheiros de todo o campus receberão uma placa com a frase “Aqui você é livre para usar o banheiro correspondente ao gênero com que se identifica”.
Disponível em: <http://www.ufjf.br/secom/2015/11/25/libera-meu-xixi-ufjf-lanca-campanha-em-proldo-respeito-a-diversidade/>.
Para se entender as motivações para o desenvolvimento de uma política pública como a descrita, é necessário saber que:
O sexo determina a conduta social dos indivíduos.
Não há uma definição biológica para o conceito de sexo.
O gênero é uma construção social.
As diferenças de gênero são definidas geneticamente.
Gabarito:
O gênero é uma construção social.
c) Correta. O gênero é uma construção social.
O gênero, nessa perspectiva do feminismo, é concebido como uma construção social a partir das influências de Simone de Beauvoir e outras autoras — como a própria Judith Butler. Simone de Beauvoir é adepta do existencialismo junto com o seu companheiro, Jean Paul Sartre, movimento que surge no século XX que concebe que a existência precede à essência, isto é, que não há uma definição pronta do que é ser humano e que este tem a responsabilidade de construir a si mesmo. Da mesma forma, Beauvoir amplia essa definição para o campo do gênero, concebendo que não há uma definição acabada do que é ser mulher, ao contrário, de que a mulher possui liberdade em determinar-se a si mesma, o seu próprio gênero. O feminismo também é influenciado por perspectivas socio-construtivistas que entende o gênero como algo perpassado por influências históricas e sociais, o que significa que existem relações de opressão que influenciam os conceitos de gênero e submetem às mulheres a opressões.
a) Incorreta. O sexo determina a conduta social dos indivíduos.
O sexo, segundo essa teoria socioconstrutivista do feminismo, é algo biológico, porém as definições de mulher e homem, na verdade, são caracterizadas por questões históricas e sociais, no campo do gênero e não do sexo.
b) Incorreta. Não há uma definição biológica para o conceito de sexo.
Há uma definição biológica para o conceito de sexo e não para o gênero.
d) Incorreta. As diferenças de gênero são definidas geneticamente.
As diferenças de gênero são definidas social e historicamente, não por características genéticas, segundo a teoria feminista.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
Ver questão
(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
Ver questão
(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
Ver questão
(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
Ver questão